quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O que você faria?

A situação é a seguinte:

Dia ensolarado, céu azul... e um calor infernal.
Você ali no ônibus, a caminho de casa, voltando do centro da cidade. O ônibus mais parece uma jaula com rodas, caindo aos pedaços, e "desconfortável pra cacete" é eufemismo pra descrever os banquinhos que, por sinal, estavam lotados. Ônibus cheio é uma desgraça!

Já é por volta de 6 e meia da tarde, horário em que a galera volta do trabalho. Logo você percebe um cheiro desagradável no ônibus e, quando olha para o lado, vê alguns sovacos apontados na direção da sua cabeça, que já está dolorida devido ao calor. Você tenta mudar de lugar, mas não adianta: os sovacos estão espalhados pelo ônibus inteiro.

Mas... como se não bastassem os sovacos fedorentos, sua vizinha, uma senhora no auge dos seus 50-quase-60 anos, entra no busão. Gorda, diga-se de passagem. Aliás, bem gorda, loira, e usando um vestidinho rosa-bebê florido, daqueles de viscose. Ela tem certa dificuldade pra subir, e depois quase fica presa na catraca do ônibus. Após vencidas as barreiras, ela te cumprimenta com um rápido "oi, tudo bem?", posiciona-se ao seu lado, procurando algum banco para se sentar, e logo consegue: um rapaz de bom coração cede o banco à senhora.

A viagem prossegue... e você, finalmente, avista o ponto da esquina da sua casa e puxa a cordinha (sim, cordinha, o ônibus é velho demais para ter aqueles botõezinhos). Mais que depressa, a senhora gorda começa a se movimentar no banco, preparando-se para levantar. Em seguida, posiciona-se na sua frente, logo na porta de saída - claro, ela precisa sair antes, afinal, tem mais pressa que você.

Você dá uma olhadinha pra baixo, sem compromisso algum, pensando na conta que pagou, ou no que vai comer amanhã na hora do almoço... mas, quando você nota, a única coisa que ocupa o seu campo de visão é o traseiro gigantesco da vizinha gordona. Infelizmente, você não pôde deixar de notar que a parte de trás do vestido estava quase toda enfiada naquela bunda enorme: uma cena grotesca. Não precisaria dizer que a senhora não percebeu a situação desagradável em que o pobre vestido se encontrava, é lógico.

O ônibus pára. Ela desce, e você em seguida, tentando ficar sempre atrás, para que a vizinha não tenha chance de puxar assunto. Nada contra ela, pessoalmente: uma senhora simpática e até já cedeu uma xícara de açúcar praquele pão-de-ló que você havia feito um mês antes. Mas a dor de cabeça havia consumido todo seu bom humor, e a última coisa que você gostaria era ter que dirigir a palavra a qualquer pessoa, mesmo que fosse, sei lá, o David Bowie.

E vocês andam. E o vestido enfiado. E ela anda. E o vestido não sai. E ela continua na sua frente. E você quer rir, mas não pode. E o vestido ainda lá. E ela pára pra conversar com a amiga que encontrou na frente da sua casa. E os pedreiros da construção ao lado apontam, e riem. E o vestido continua escandalosamente enfiado.

O que você faz?

Avisa a vizinha sobre o vestido, livrando-a da situação desagradável e criando uma outra situação tão desagradável quanto? Tenta tirar o vestido, esbarrando na bunda da vizinha e arriscando levar um tapa na cara? Deixa passar, entra na sua casa e finge que nada aconteceu? Alguma outra alternativa?

5 comentários:

Anônimo disse...

Possivelmente, quando ainda estivesse no ônibus, eu me camuflaria entre as pessoas e seus sovacos, e gritaria com uma voz disfarçada: "Olha aquela gorda com o vestido enfiado no rabo!"

Anônimo disse...

Primeiramente eu a teria encoxado. Aí depois eu me divertiria tentando tirar a calcinha do cu dela, sem usar as mãos. \o/

Anônimo disse...

Qual o problema de calcinha no cu? Eu curto...

Eros Secundus disse...

aUhAUhAUhAUAHuAHuaHa

Eros Secundus disse...

uahauhauhauahaha... denovo

nao me aguentei com os comentarios uahauhauha