Nos
idos de 2008, encontramos uma salsicha solitária, conservada no freezer de uma
república suja. Era o nosso freezer, da nossa república contaminada com a nossa
sujeira; e sim, aquela definitivamente era nossa salsicha, comprada com o suor
do rosto dos nossos papais e mamães... Era nossa, por direito! Acontece que a
salsicha era rebelde, fugiu do seu saco e do seu destino... Não virou recheio
pra cachorro quente, virou revolucionária.
Foi
meio por acaso que conhecemos Salsichards, com seu bigodón e belos olhos azuis.
Na verdade, nem lembro ao certo como tudo aconteceu. Imagino a fome furiosa que
tínhamos na brisa noturna de um dia qualquer, quando vasculhamos a geladeira
atrás de alguma coisa que pudesse ser devorada e encontramos a salsicha
revolucionária, recusando-se terminantemente a cumprir sua função social de ser
comida.
Nós,
por outro lado, de revolucionários não tínhamos nada. Não passávamos de vagabundos:
deitados o dia inteiro, tomando café, colecionando bitucas e brincando de
“adivinhe a música”; ou fazendo qualquer coisa que nos convencesse de que
estávamos ocupados demais pra ir à aula.
Salsichards
nos persuadiu a criar esse blog e escrever sobre as coisas da vida, a sair
daquele marasmo e dizer algo ao mundo. Nós apenas nos deixamos levar por suas
palavras de ordem e fizemos um esforço mínimo pra escrever aqui. Uma vez a cada
muitos meses, alguém punha a bunda na cadeira e despejava alguma irrelevância.
Até que finalmente, sem mais nem menos, nós paramos de postar. Eu parei de
escrever. A fonte havia secado.
Acontece
que outro dia, vejam só, ao abrir o freezer aqui de casa, dei de cara com o
velho amigo Salsichards. O safado veio até Jundiaí só pra me pregar uma peça.
Conversamos por horas... Ele me disse coisas sobre a Revolução das Salsichas e
passou o resto do tempo insistindo pra que eu voltasse ao blog. E como sou
volúvel, aqui estou!
Estar
de volta é como estar no freezer com Salsichards. É estar entre velhos amigos.
É congelar o tempo, deixando a amizade sempre conservada. É suprimir o espaço,
estando em São Paulo, Jundiaí, Londrina, Itapetininga, Bauru e Berlim tudonomesmolugar.
É despejar alguma irrelevância de forma metafórica pra parecer inteligente. É não
saber como terminar o texto e mesmo assim fazê-lo.
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6 comentários:
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josé! Vejo que esses anos que se passaram desde o primeiro contato com a salsicha só o deixaram mais sagáz e habilidoso. Com as palavras. Espero me reentroduzir à salsicha com alguma perspicácia à altura, tamanho, largura e brilho dos olhos desse novo ícone da cultura pop. Até pepino, digo, o Breve.
Esse Eros fica me gozando e não posta nada. Vocês tem que inserir a salsicha na sociedade brasileira. Sempre metendo a real e arreganhando os paradigmas!
Continue escrevendo com essa irreverência e bom humor todo, que continuarei a ler e, quem sabe, contribuir com alguma opinião fútil, porém sincera.
Obrigado, Supremus. Futilidade é nosso lema. Servimos bem para servir sempre!
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